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Convicção.

Durante meus estudos de fim de semana, descobri algo importantíssimo.
Muita gente durante a virada de ano, quando estão na praia, têm a tradição de pular sete ondas. Por isso resolvi pesquisar de onde vem esse hábito.
Diferentemente do que acreditam os "puladores de onda", esse costume não tem origem na Bahia antiga com os costumes do candomblé trazido da África pelos escravos. Não, não se trata de uma homenagem a Iemanjá, nem a nenhuma outra dessas entidades.
Na década de 30, mais precisamente no meio dela, em 1935, oito presos fugiram de uma das mais temidas prisões em toda história, a Ilha do Diabo, na Guiana Francesa.
O lugar tinha esse nome convidativo por ser banhado por todos os lados por uma gélida água infestada de tubarões, com forte correnteza. Era lá que o governo francês trancafiava seus assassinos condenados a prisão perpétua e era também onde dava férias aos seus presos políticos.
Então. Depois de anos presos, aqueles oito passaram a se dedicar ao estudo metódico das movimentações ocêanicas.
Usando sacos simulando o corpo humano, fizeram vários estudos sobre o que poderia ou não acontecer com eles se tentassem pular na água.
E descobriram o que?
Que a sétima onda, contando à partir da mais fraca, é a maior e mais forte.
E desenvolvem seu plano em torno disso.
Conseguem fugir da prisão infugível.
Parem as prensas!
Foi manchete em todo o mundo. Numa era onde a coisa mais impossível do mundo era a velocidade de informação que hoje temos, a notícia se espalhou pelos quatro cantos do globo, influenciando mais vidas do que o holocausto que veio na década seguinte.
Alguém havia provado que o Deus-Rei sangra. Aquele não era mais um lugar temido. As pessoas jocosamente riam da Lei (pensa que a moda de gostar mais dos bandidos começou com os gangsta-rappers? Não... Al Capone já havia sido estrela.)
E assim, quando as pessoas queriam mudar radicalmente de vida, elas pulavam as sete ondas, tal qual os prisioneiros da história aí em cima. História essa que foi publicada com o nome de Papillon, e em 1973 virou filme com Steve McQuinn e Dustin Hoffman.
Aos poucos esse costume foi migrando para a Noite de 31 de dezembro, afinal quer hora melhor pra pensar numa mudança de vida?
Então, quando você pular as sete ondas, lembre-se que você não estará agradando a nenhum deus. Estará homenageando aos homens que burlaram a Lei.
Burlaram....
Essa palavra também merece uma explicação da sua origem. Ela tem origem em Carlos Burle, o homem que é capaz de contrariar toda a lógica do universo, ao ficar em pé sobre uma prancha à uma velocidade espantosa com a pressão de toneladas de água numa onda do tamanho de um prédio.
Então, quando você fizer algo inimaginável, à beira do impossível, estará agindo como Carlos Burle, ou seja "burlando".

Ou não.

Como eu sempre digo, não se precisa dizer a verdade. Precisa dizer com convicção.









Comentários

  1. Cultura inútil, mas interessante... hehe

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  2. só me resta saber se é verdade ou convicção!

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  3. Fudido, inútil só pra mariana. Belo post, essas coisas merecem mesmo explicações

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