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Mostrando postagens de junho, 2010

Obrigado Ferris Bueller.

Nos idos de 1990, conheci um menino. Nesses 20 anos que se passaram desde então, muita coisa aconteceu entre nós. Coisa boa e coisa ruim, muito eu o vi aprender, errar e acertar. Vi quando aprendeu a contar, quando aprendeu as cores e, aos 10 anos o vi começar a aprender aquilo que hoje o faz pleno. Tocar violão e guitarra. Enquanto isso, na sessão da tarde que assistíamos depois de eu trazê-lo da escola, o talvez mais clássico filme de adolescentes dos anos 80, passava e passava e passava. Curtindo a Vida Adoidado. Quem não se lembra das loucuras de três adolescentes numa tarde na cidade norte-americana de Chicago, depois de matarem aula e pegarem “emprestado” do pai do Cameron a Ferrari 1960 que ele havia restaurado? E a cidade inteira cantando com Ferris na parada? Porque eu contei isso? Ontem, ao vê-lo no palco pela primeira vez por um show inteiro, e ouvindo os elogios à sua musicalidade ao meu redor, ao orgulho que me preencheu, algo se somou. Uma lembrança daquele

Diariamente.

Ele encaminhava-se para casa. Havia cumprido suas obrigações e a vida corria sem sustos. O trabalho não era o que sonhou, mas era respeitado pelos colegas e superiores. Sua remuneração não era das piores, e lhe bastava para viver. Tinha bons amigos e uma família, se não a ideal, que não lhe causava traumas. No geral as pessoas lhe queriam bem, e costumavam ouvir o que ele tinha a dizer-lhes. E assim o barco descia, pelo sinuoso rio da vida. E ele encaminhava-se para casa. Mas algo lhe aconteceu. Um animal no meio da rua que lhe olhou de modo estranho? O perturbador olhar do homem cego, que por natureza não lhe olhava, mas que parecia um perigoso inquisidor que lhe julgava a alma com a (não) visão? O inquietante olhar dos que passam fome e dormem em papelões pelas rodoviárias? Ou uma singela palavra que ouviu? Até hoje ele não sabe. Mas algo lhe aconteceu. E, de repente, o ar chegava diferente a seus pulmões. As pupilas dilatadas como o primitivo que foge do se

Contos do Pedrinho.

As pessoas têm por hábito surpreender-me. Para o bem e para o mal, sou sempre surpreendido. Como chega de tristeza vou contar surpresas boas. Não sei se alguém não sabe, mas eu tenho um filho. Que está ao meu lado nesse momento exercitando sua infante criatividade com restos de brinquedos da era do tio dele criança (até parece que ele tem pouco). Enfim, a primeira que conto, por ser mais recente, foi ao telefone hoje. Estava trabalhando até mais tarde, ligo em casa para saber se ele já chegou, se deu tudo certo na estrada, essas coisas. O telefonema: -Alô quem tá falando? - atende uma voz de criança com a tradicional marra, dizendo tudo de uma vez, assim sem vírgula. -É o Danilo, e aí quem é? - respondo no mesmo tom. -É o Pedro, seu filho ué. Confesso que sorri depois de muito tempo. A outra foi há quinze dias, no fim de semana anterior dele aqui. Coitado, pensei antes de levar uma criança de quatro anos a um show de chorinho. Poderia jurar que seria um completo fracasso. Lá pela terce

O corpo humano e o frio ou quem é Andrade entende.

Uns dos blogs que criei o hábito de ler, O Blog da Pipi (oblogdapipi.blogspot.com), tem um personagem frequente. É um desses personagens que a gente lê sobre e pensa "Será que conheço alguém assim?" Pois é. Acabo de tirar a dúvida. Contando a Judithi que durante o dia de hoje senti uma súbita onda de calor, que até me fez suar ela diz: -Mas no frio a gente transpira mais, porque faz menos xixi. Olhei pra ela como quem não acredita que limpou direito os ouvidos, e não fiquei nem um pouco assustado ao ver sua expressão de "Ih, fudeu, falei besteira". Mas respirei fundo e respondi: -Não mãe, é o contrário. Parece que sim, toda família tem.

Velinhas, promessas e egoísmo...

Ano novo e aniversário são datas que costumo olhar para dentro, para trás, e pensar como serei daqui pra frente. Reavalio todas as cagadas, e juro pra mim mesmo que elas não tornarão a acontecer. Como esse ano é meio novo, ainda é cedo para pensar no reveillon (nem chegou o São João). Mas, ter nascido no gélido quase inverno do ABC Paulista tem lá suas vantagens. Soprar velinhas em junho me dá a oportunidade de fracassar em promessas semestre a semestre. É fato. Promete, quebra promessa, Promete, quebra promessa, Promete, quebra promessa. Faz um bom tempo que as coisas funcionam assim. Então, deixo agora para a posteridade minha última resolução: “De hoje em diante, nunca mais prometo nada. Viverei o melhor que puder pelos próximos 5 minutos, tentando agradar única e simplesmente a mim”. Muito obrigado pela paciência com tão tola literatura. Agradeço a todos os que lembraram-se do dia de hoje. Um beijo e um abraço nos seus corações.

Tentei ser imparcial.

Mais uma vez aconteceu. Parece que a sina de quem se envolve comigo invariavelmente passa por decepção. Não sei o que acontece, só que é repentino, inesperado. Assustador. E parece que quanto mais envolvido eu estiver com a pessoa, pior para ela. Por algumas vezes estive a ponto de dizer que te amava. Mas parei antes, para não assustá-la e por não ter certeza do que sentia. Pois é. Agora, mesmo que não fosse isso, estou mais uma vez sozinho. Culpa minha, e só minha, que fique bem claro. Enfim. Vou seguir em frente, não existe outra opção. Mais um remorso para me lembrar por muito tempo. Mais um esqueleto no armário. Também não é por isso que desistirei de lutar pela minha sobriedade e me entregarei de vez. Pelo meu filho, minha mãe e meu pai. Mas principalmente por mim, não posso desistir, sei que sou mais do que tenho sido na vida. Continuo querendo vencer diariamente essa batalha. Afinal cada dia vencido é um tijolo que coloco em minha frente, como para construir um